VAMOS AO TEATRO!

I.G.

 

O teatro é uma das mais antigas expressões artísticas do homem. Tem origem no verbo grego “theastai” (ver, comtemplar, olhar) e no vocábulo grego “théatron” (o lugar onde se vê). Assim, o texto dramático é um texto que se destina à representação e define-se pela sua característica dialogal, pelo que faz todo o sentido que os alunos vão ao teatro, pois só assim poderão apreender o verdadeiro sentido do que é uma peça de teatro.

Foi com este espírito que os alunos da escola sede do agrupamento se deslocaram ao Centro Cultural dos Condes, no passado dia 18 de Janeiro, a fim de assistirem à peça de teatro Contrabando, uma co-produção do Teatro Municipal de Bragança e do Teatro da Garagem, uma companhia de teatro experimental, de Lisboa, já com trinta anos de actividade.

Conforme se pode ler no folheto de divulgação da peça, Contrabando é um espectáculo que tem na base da sua conceção a recolha de vários depoimentos de pessoas ligadas à atividade do contrabando, nomeadamente contrabandistas e guardas-fiscais, nas décadas de 60 e 70, do século passado, nas zonas de fronteira entre Portugal e Espanha de Trás-os-Montes, mais particularmente Montesinho, no concelho de Bragança, Vilar de Perdizes, no concelho de Montalegre, Soutelinho da Raia, do concelho de Chaves, e Moimenta, no concelho de Vinhais.

Dado que a actividade do contrabandista se realizava pela calada da noite, faz todo o sentido que Contrabando seja um “espectáculo em contraluz, nocturno, de quem anda cautelosamente, pé-ante-pé, atento, num estado de vigilância permanente, tentando recriar os estados de espírito e as condições de vida desse povo heroico que nos anos 60 e 70 se dedicou ao contrabando para poder dar uma vida melhor aos filhos”, lê-se no folheto explicativo.

A proximidade da fronteira da Moimenta, onde existe o Museu do Contrabando, e provavelmente o conhecimento de narrativas feitas pelos próprios protagonistas a alguns dos alunos da escola, serviram como motivação acrescida para “vivenciarem” de perto os dramas dos contrabandistas, permanentemente alerta, pois os guardas-fiscais, dos dois lados da fronteira, tinham como missão vigiar a “raia” e não deixar passar ninguém, nem que fosse a tiro!

Os vários quadros que constituem a peça dramática retratam com enorme vivacidade todas as dificuldade, medos e preces que faziam parte de cada “viagem” destes contrabandistas.

A exposição patente no Centro Cultural sobre a mesma temática, contribuiu para um conhecimento mais aprofundado de um determinado momento da história do concelho de Vinhais.

 

 

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