Links Úteis
Jornais
Login Form
Os magustos nas noites frias de Outono
Começou o outono. As folhas das árvores exibem cores que vão do verde pálido ao laranja e castanho. Os ouriços começam a abrir e deixam espreitar as primeiras castanhas.
- Este ano estão boas e há muitas! – diz a minha avó adivinhando o trabalho que se aproxima com a apanha da castanha.
Eu só penso nas noites em que, depois de um dia inteiro a desviar folhas, a abrir ouriços e a encher cestos com castanhas, fazemos uma grande fogueira e as despejamos para o assador.
Então o meu avô senta-se num banco junto à lareira e, num movimento ritmado para trás e para a frente, faz saltar as castanhas que em breve estarão assadas.
A animação começa quando as castanhas, aquecidas pelo calor da lareira, começam a estourar: - “Pum, pum, pum”. Toda a gente desata à gargalhada enquanto o avô anuncia que as castanhas estão quase prontas.
- Já estão boas, avô? – pergunto, ansioso por provar os primeiros bilhós.
Finalmente tiramos o assador da lareira e cada um vai descascando as suas castanhas.
Depois de comermos algumas começamos o “jogo da arrebiana”. Escondo os bilhós entre as mãos e pergunto:
“- Arrebiana, sobressaltana, quantos porquinhos estão na cabana?”
- Quatro.- diz o meu irmão João.
- Três. – sugere o meu primo.
O João acertou, por isso, tenho que lhe dar as minhas castanhas e o jogo continua.
Depois de comer, ganhar e perder bilhós só nos resta pintar a cara com os carvões apagados que ficaram na lareira, o que torna o serão ainda mais alegre.
Luís Guilherme Alves Afonso, nº 16/6º B
Salvar a Castanheira
Num certo dia de verão, eu, a minha amiga Catarina e o meu amigo Pedro estávamos sentados num dos grandes e fortes ramos de um grande castanheiro milenar que há na minha aldeia, quando vimos chegar um carro de turistas.
- Olá.- cumprimentou um senhor muito simpático.
- Olá.- respondemos os três em coro.
- Como estão?
- Bem, obrigado - respondeu o Pedro.
Os turistas fizeram algumas perguntas sobre a grande árvore e obtiveram respostas a tudo. A certa altura o senhor que nos cumprimentou pegou em dois paus e fez uma cruz:
- Podem pô-la num sítio onde ninguém lhe mexa?-questionou.
- Claro- respondi eu.
- Adeus- disseram os turistas.
- Adeus- respondemos os três.
E os senhores pegaram no carro e foram-se embora.
- E agora onde pomos a cruz?- preguntou a Catarina.
- Que tal ali?- propôs o Pedro, apontando para uns ramos mais cima.
- Não- disse a Catrina- ali há vespas ou queres voltar a ser picado?
- E que tal ali?- disse eu apontando para um sítio onde ninguém chegava.
Ambos concordaram e ainda está lá a cruz para salvar a grande árvore.
Beatriz Amaro Nº6 6ºB
SÃO MARTINHO
SÃO MARTINHO, CAVALEIRO,
AO RASGAR A SUA CAPA
P’RA COBRIR A DOR NO PEITO,
DE ONDE O TREMER SE ESCAPA,
LEVOU O MUNDO INTEIRO,
A COBRIR COM A SUA GRAÇA,
O FRIO QUE TODOS TEMOS
NO LIMIAR DA DESGRAÇA.
DO CÉU, AS NUVENS FUGIRAM,
O SOL VOLTOU A BRILHAR;
O CALOR DESCEU À TERRA,
NO SEU DOCE VALSEAR.
SÃO MARTINHO CAVALEIRO,
AO RASGAR A SUA CAPA,
RASGOU PARA O MUNDO INTEIRO,
ESSA DOR QUE TANTO MATA.
CONTENTES MIRANDO O SOL,
E O CALOR QUE DELE VEM,
COBRIMO-NOS COM O LENÇOL
QUE O SÃO MARTINHO LÁ TEM.
Professor Luís Ferreira